2° ano

LINHA DO TEMPO 



1-RENASCIMENTO

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. 
Características gerais:
 * Racionalidade
 * Dignidade do Ser Humano
 * Rigor Científico
 * Ideal Humanista
 * Reutilização das artes greco-romana
 

ARQUITETURA
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)
Principais características:
 * Ordens Arquitetônicas
 * Arcos de Volta-Perfeita
 * Simplicidade na construção
 * A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
 * Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções  militares)

O principal arquiteto renascentista:
Brunelleschi - é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi  como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.
 

PINTURA
Principais características:
 * Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
 * Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
 * Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
 * Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
 * Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
*  Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, pelo individualismo.
Os principais pintores foram:

Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus.
Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.

Leonardo da Vinci - ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.
Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.

Michelângelo  - entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem.
Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família

Rafael - suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”.
Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.
 

ESCULTURA
Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.
Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.
Principais Características:

 * Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade
 * Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
 * Profundidade e perspectiva
 * Estudo do corpo e do caráter humano

O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles:

   * Dürer   * Hans Holbein
   * Bosch   * Bruegel 

Para seu conhecimento
- A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que produz fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano
- Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.
- Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a  ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc.

- Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e não poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.


Fonte: http://www.historiadaarte.com.br/renascimento.html



  • Renascimento   


Outros Nomes
Arte Renascentista; Renascença
Definição
O termo renascimento, ou renascença, faz referência a um movimento intelectual e artístico surgido na Itália, entre os séculos XIV e XVI, e daí difundido por toda a Europa. À concepção medieval do mundo se contrapõe uma nova visão, empírica e científica, do homem e da natureza. A idéia de um 'renascimento' ocorrido nas artes e na cultura relaciona-se à revalorização do pensamento e da arte da Antigüidade clássica e à formação de uma cultura humanista. A obra do pintor, arquiteto e teórico Giorgio Vasari (1511-1574) constitui a principal fonte de informação acerca da arte renascentista italiana. A renovação das artes ocorrida na Itália, segundo o seu célebre Vida dos mais excelentes pintores, escultores e arquitetos (1550; 2ª edição 1568), tem como ponto de apoio a recusa do antinaturalismo da tradição bizantina e, paralelamente, a redescoberta da escultura clássica operada por Nicola Pisano no sarcófago de Pisa. A visão de Vasari sobre a história da arte italiana como progresso, com seu ápice no século XV, fornece as balizas para os juízos críticos posteriores. A noção de renascimento tal como a entendemos hoje, é estabelecida pelo historiador suíço Jacob Burckhardt (1818-1897) em seu livro A cultura do Renascimento na Itália (1867), que define o período como de grande florescimento do espírito humano, espécie de "descoberta do mundo e do homem".
É possível afirmar, sem entrar na discussão dos limites cronológicos do renascimento, que os artistas do período se orientam por ideais de perfeição, harmonia, equilíbrio e graça - representados com o auxílio dos sentidos de simetria e proporção das figuras - de acordo com os parâmetros ditados pelo belo clássico. Algumas obras de Michelangelo Buonarroti (1475-1564) exemplificam a realização do modelo clássico, seja nos estudos de anatomia para composições maiores (Estudo para uma das Sibilas no teto da capela Sistina), seja em esculturas, como o célebre Davi (1501/1504). As imagens de Rafael (1483-1520), por sua vez, dão plena expressão aos valores da arte renascentista, destacando-se pela beleza projetada segundo os padrões idealizados do universo clássico (A Ninfa Galatéia, ca.1514). O desenvolvimento das pesquisas científicas, por sua vez, fornecem subsídios para a produção de novos métodos e técnicas. A perspectiva, impulsionada por Filippo Brunelleschi (1377-1446) e descrita por Leon Battista Alberti (1404-1472) no tratado Della Pittura (1435), altera de modo radical os modos de representação e as concepções de espaço. A nova ciência da perspectiva é colocada em prática por uma série de artistas. Masaccio (1401-1428) é considerado exímio na aplicação das conquistas científicas à arte da representação. A primeira obra a ele atribuída, o tríptico de San Giovenale (Uffizi, Florença, 1422), é exemplar de como conseguir criar um sentido coerente de terceira dimensão sobre a superfície bidimensional.
A cidade de Florença no século XV é tida como berço do movimento, lugar onde se realizam algumas das obras mais inovadoras do renascimento. Os nomes de Donatello (ca.1386-1466), Leonardo da Vinci (1452-1519), além dos já mencionados Rafael, Masaccio e Brunelleschi figuram entre os maiores representantes da arte renascentista. Donatello é um dos responsáveis pela criação do estilo renascentista escultórico em Florença. Destaca-se, segundo Vasari, pela "força emocional" de seus trabalhos, como pode ser observado nas figuras feitas para os nichos do Or San Michele e para a Catedral de Florença. O bronze Davi (ca.1430), de sua autoria, é considerado a primeira figura nua em tamanho natural feita desde a Antigüidade clássica. Michelangelo, herdeiro de Donatello, conhece a fama em função de duas esculturas: Baco (Bargello, Florença, ca.1496/1497) e Pietà (S. Pedro, Roma, 1498/1499). Esta última se notabiliza pela solução bela e harmoniosa que o artista encontra para a imagem trágica do cristo morto deitado no colo da madona. A maestria técnica de Michelangelo pode ser observada no afresco feito para o forro da Capela Sistina (1508/1512), considerado uma das obras-primas da arte pictórica.
Leonardo é autor de obra artística e científica, célebre por seus escritos, pelos retratos e pela invenção da técnica do sfumato, em que se vale da justaposição matizada de tons e cores diferentes, de modo que se aproximem, "sem limites ou bordas, à maneira da fumaça", nas palavras do próprio artista. Com isso Leonardo logra suavizar os contornos característicos da pintura do início do século XV, revelando as potencialidades da tinta a óleo. No período florentino, entre 1500 e 1506, realiza os célebres Mona Lisa, a pintura mural da Batalha de Anghiari (Pallazio Vecchio, Florença) destruída e preservada em cópias feitas por outros artistas - que influenciará os pintores de batalhas até o século XIX - e A Virgem e o Menino com Sant'Ana, tratando de tema que o fascinava na época. O sorriso enigmático, as sombras, o dedo indicador elevado e as fartas cabeleiras são traços salientes dos retratos de Leonardo, repetidos pelos seguidores. Rafael sofre influências de Leonardo e Michelangelo. Datam do período florentino, algumas de suas mais célebres representações da Virgem com o Menino (Madona Sistina, ca.1512-1514). Nestas imagens, assim como em pinturas da Sagrada Família, exercita sua maestria de composição e expressão, representando as figuras sagradas como seres humanos. Os retratos de Rafael são comparados aos de Leonardo, pelo estilo sutil das caracterizações e aos de Ticiano (ca.1488-1576), em função das cores empregadas. Os ideais renascentistas encontram seguidores por toda a Europa: Albrecht Dürer (1471-1528), Lucas van Leyden (ca.1494-1533), Quinten Metsys (1466-1530), Jan van Scorel (1495-1562), entre outros. A expressão máxima da crise dos valores e princípios do renascimento, segundo algumas leituras, pode ser encontrada no maneirismo.


Atualizado em 29/06/2005


2-MANEIRISMO

Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, do ano de 1520 até por volta de 1610, um movimento artístico afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica: o maneirismo (maniera, em italiano, significa maneira). Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.

Alguns historiadores o consideram uma transição entre o renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como um estilo, propriamente dito. O certo, porém, é que o maneirismo é uma conseqüência de um renascimento clássico que entra em decadência. Os artistas se vêem obrigados a partir em busca de elementos que lhes permitam renovar e desenvolver todas as habilidades e técnicas adquiridas durante o renascimento.

Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito religioso reinante na Europa nesse momento. Não só a Igreja, mas toda a Europa estava dividida após a Reforma de Lutero. Carlos V, depois de derrotar as tropas do sumo pontífice, saqueia e destrói Roma. Reinam a desolação e a incerteza. Os grandes impérios começam a se formar, e o homem já não é a principal e única medida do universo.

Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar Roma com destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do renascimento, mas agora com um espírito totalmente diferente, criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que são, sem dúvida, a marca inconfundível do estilo maneirista. Mais adiante, essa arte acabaria cultivada em todas as grandes cidades européias.

ARQUITETURA
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as verdadeiras mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção em si, mas também na distribuição da luz e na decoração.

Principais características:

Nas igrejas:
· Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rara singularidade.
· Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.

Nos ricos palácios e casas de campo:
· Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento.
· A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.


Principais Artistas:

BARTOLOMEO AMMANATI , (1511-1592), Autor de vários projetos arquitetônicos por toda a Itália, tais como: a construção do túmulo do conde de Montefeltro, o palácio dos Mantova, a villa na Porta del Popolo. a fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo com os preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens.

GIORGIO VASARI, (1511-1574), Vasari é conhecido por sua obra literária Le Vite (As Vidas), na qual, além de fazer um resumo da arte renascentista, apresenta um relato às vezes pouco fiel, mas muito interessante sobre os grandes artistas da época, sem deixar de fazer comentários mal-intencionados e elogios exagerados.
Sob a proteção de Aretino, conseguiu realizar uma de suas únicas obras significativas: os afrescos do palácio Cornaro. Vasari também trabalhou em colaboração com Michelangelo em Roma, na década de 30. Suas biografias, publicadas em 1550, fizeram tanto sucesso que se seguiram várias edições. Passou os últimos dias de sua vida em Florença, dedicado à arquitetura.

PALLADIO, (1508-1580), O interesse que tinha pelas teorias de Vitrúvio se reflete na totalidade de sua obra arquitetônica, cujo caráter é rigorosamente clássico e no qual a clareza de linhas e a harmonia das proporções preponderam sobre o decorativo, reduzido a uma expressão mínima. Somente dez anos depois iria se dedicar à arquitetura sacra em Veneza, com a construção das igrejas San Giorgio Maggiore e Il Redentore. Não se pode dizer que Palladio tenha sido um arquiteto tipicamente maneirista, no entanto, é um dos mais importantes desse período. A obra de Palladio foi uma referência obrigatória para os arquitetos ingleses e franceses do barroco.

PINTURA
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela própria arte.

Principais características :

· Composição em que uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera de tensão permanente.
· Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem agora contorsões absolutamente impróprias para os seres humanos.
· Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um drapeado minucioso e cores brilhantes.
· A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis.
· Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva,
· mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade, encontrá-lo.


Principal Artista:

EL GRECO, (1541-1614), Ao fundir as formas iconográficas bizantinas com o desenho e o colorido da pintura veneziana e a religiosidade espanhola. Na verdade, sua obra não foi totalmente compreendida por seus contemporâneos. Nascido em Creta, acredita-se que começou como pintor de ícones no convento de Santa Catarina, em Cândia. De acordo com documentos existentes, no ano de 1567 emigrou para Veneza, onde começou a trabalhar no ateliê de Ticiano, com quem realizou algumas obras.
Depois de alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade de Toledo, onde trabalhou praticamente com exclusividade para a corte de Filipe II, para os conventos locais e para a nobreza toledana.
Entre suas obras mais importantes estão O Enterro do Conde de Orgaz, a meio caminho entre o retrato e a espiritualidade mística. Homem com a Mão no Peito, O Sonho de Filipe II e O Martírio de São Maurício. Esta última lhe custou a expulsão da corte.

ESCULTURA
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura. Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito
maneirista.

Principais características:

· A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorsões extremadas e exagerado alongamento dos músculos.
· O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.


Principais Artistas:

BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592), Realizou trabalhos em várias cidades italianas. Decorou também o palácio dos Mantova e o túmulo do conde da cidade. Conheceu a poetisa Laura Battiferi, com quem se casou, e juntos se mudaram para Roma a pedido do papa Júlio II, que incumbiu-o da construção de sua villa na Porta del Popolo. Começaram assim seus primeiros passos como arquiteto.
No ano de 1555, com a morte do papa, voltou para Florença, onde venceu um concurso para a construção da fonte da Piazza della Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo com os preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a eles todos os seus bens.

GIAMBOLOGNA, (1529-1608), De origem flamenga, Giambologna deu seus primeiros passos como escultor na oficina do francês Jacques Dubroecq. Poucos anos depois mudou-se para Roma, onde se supõe que teria colaborado com Michelangelo em muitas de suas obras.
Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Medici. O Rapto das Sabinas, Mercúrio, Baco e Os Pescadores estão entre as obras mais importantes desse período.
Participou também de um concurso na cidade de Bolonha, para o qual realizou uma de suas mais célebres esculturas, A Fonte de Netuno.Trabalhou com igual maestria a pedra calcária e o mármore e foi grande conhecedor da técnica de despejar os metais, como demonstram suas esculturas de bronze. Giambologna está para o maneirismo como Michelangelo está para o renascimento.




3- BARROCO
Barroco 

Outros nomes
Arte Barroca
Definição
Em geral, compreende-se como barroca a arte desenvolvida no século XVII. Contudo, alguns historiadores costumam apontar como o início da época barroca os anos finais do século XVI, que com a arte religiosa da contra-reforma teria gerado os primeiros frutos do que viria a ser a arte barroca, plenamente desenvolvida apenas durante a primeira metade do século XVII. Como marco inicial aponta-se a primeira igreja da recém-fundada Companhia de Jesus em Roma, a Igreja de Jesus, 1568, com a fachada de Giacomo della Porta (ca.1541 - 1604). Alguns teóricos fazem avançar o estilo barroco até meados do século XVIII, com sua derivação rococó ou rocaille, cuja graciosidade requintada de formas sinuosas e assimétricas pode ser vista como um processo natural de desenvolvimento do século anterior.
Além das dificuldades com respeito às datas, deve-se considerar aquela relativa à própria definição estilística da arte barroca. Após seu surgimento na Roma católica, ela se dissemina fortemente pelo mundo, gerando uma série de variações nacionais. Por isso a dificuldade de unir num mesmo denominador comum trabalhos de alguns dos grandes mestres como Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571 - 1610), Peter Paul Rubens (1577 - 1640), Diego Velázquez (1599 - 1660), Rembrandt van Rijn (1606 - 1669), Gian Lorenzo Bernini (1598 - 1680), Francesco Borromini (1599 - 1667), Baciccio (1639 - 1709) e Aleijadinho (1730 - 1814). Estudos mais profundos sobre o período são relativamente recentes, considerando que só a partir da segunda metade do século XVIII a arte posterior ao Renascimento começa a ser chamada de forma pejorativa de barroca. Em contraposição ao ideal clássico, as obras desses artistas mostram certa tendência ao bizarro, ao assimétrico, ao extravagante, ao apelo emocional, inexistente até então na arte renascentista.
Deve-se aos teóricos Alois Riegl (1858 - 1905) e Heinrich Wölfflin (1864 - 1945) o início da revalorização das obras barrocas no fim do século XIX. Para eles, não se trata mais de hierarquizar momentos radicalmente diversos da história da arte, mas sim de reconhecer e valorizar os traços distintivos do barroco como expressão de uma outra forma de ver o mundo. Segundo Wöllflin, além das diferenças individuais e nacionais de cada artista, pode-se dizer que a arte barroca, tanto na arquitetura e escultura quanto no desenho e na pintura, tem as seguintes características: apresenta os objetos como manchas ou massas de cor; enfatiza a profundidade e não o plano; sua forma é aberta, pois as indeterminações dos limites entre os objetos representados e as perspectivas não centrais sugerem uma continuidade no espaço e no tempo; a sensação de unidade prevalece sobre a singularidade de cada parte; as formas têm clareza relativa, ou seja, não é mais preciso reproduzir as coisas em todos os seus detalhes, basta sugerir ao espectador alguns pontos de apoio para que a imaginação complete o resto.
Em seu conjunto, essas qualidades formais servem a uma interpretação do mundo na qual a aparência mutável da realidade se sobrepõe à visão da beleza ideal imutável. O homem barroco compreende a natureza como infinita em sua diversidade e dinamismo e para expressar tal sentimento utiliza recursos como contrastes abruptos de luz e sombra, manchas difusas de cores, passagens súbitas entre primeiro e segundo planos, diagonais impetuosas, ausência de simetria, entre outros. De certa forma, o desapego pelas formas "ideais" de beleza e perfeição clássicas e a valorização da representação dos temas com base na experiência predispõem algumas obras barrocas a uma espécie denaturalismo, quer dizer, a imagem pictórica das coisas e seres humanos tal como aparecem, com suas marcas do tempo, seus defeitos físicos, seus traços bizarros e feios, sem retoque algum. A questão da veracidade do instante representado se dá na arte barroca pelo apelo à emoção do espectador. Por isso as contorções exageradas dos corpos e rostos, os efeitos irreais de luz e sombra são alguns dos recursos teatrais utilizados para convencer. No caso da arte decorativa - um dos gêneros mais desenvolvidos do período -, a composição cenográfica das figuras serve ao mesmo propósito.
Em vista do desenvolvimento que a arte barroca conhece nos países protestantes setentrionais, principalmente na figura singular de Rembrandt, torna-se problemático afirmar que o barroco é apenas a arte da Igreja católica contra-reformista. É também. Bem como soube expressar os interesses das monarquias absolutistas. Na verdade, ao propiciar a flexibilização dos cânones clássicos (dando liberdade ao artista de criar novas formas de representação) e atribuir à arte uma capacidade de persuasão inédita até então, o barroco é bem acolhido em diversas partes do mundo, gerando pela primeira vez na história da arte uma série de nuances nacionais. Encontra, por exemplo, um desenvolvimento importante na arte ibero-americana. No Brasil, a arte barroca, com base nos modelos europeus, é adaptada às condições regionais (materiais e técnicas, bem como espirituais), conquistando características próprias cem anos após sua ocorrência na Europa, em pleno século XVIII.


Atualizado em 23/11/2007
Fonte: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=64&lst_palavras=&cd_idioma=28555&cd_item=8


Barroco Brasileiro 

Histórico
O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses, leigos e religiosos. Seu desenvolvimento pleno se dá no século XVIII, 100 anos após o surgimento do Barroco na Europa, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século XIX. Como estilo, constitui um amálgama de diversas tendências barrocas, tanto portuguesas quanto francesas, italianas e espanholas. Tal mistura é acentuada nas oficinas laicas, multiplicadas no decorrer do século, em que mestres portugueses se unem aos filhos de europeus nascidos no Brasil e seus descendentes caboclos e mulatos para realizar algumas das mais belas obras do barroco brasileiro. Pode-se dizer que o amálgama de elementos populares e eruditos produzido nas confrarias artesanais ajuda a rejuvenescer entre nós diversos estilos, ressuscitando, por exemplo, formas do góticotardio alemão na obra de Aleijadinho (1730-1814). O movimento atinge o auge artístico a partir de 1760, principalmente com a variação rococó do barroco mineiro.
Durante o século XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na arte colonial. As diversas ordens religiosas (beneditinos, carmelitas, franciscanos e jesuítas) que se instalam no Brasil desde meados do século XVI desenvolvem uma arquitetura religiosa sóbria e muitas vezes monumental, com fachadas e plantas retilíneas de grande simplicidade ornamental, bem ao gosto maneirista europeu. É somente quando as associações leigas (confrarias, irmandades e ordens terceiras) tomam a dianteira no patrocínio da produção artística no século XVIII, momento em que as ordens religiosas vêem seu poder enfraquecido, que o barroco se frutifica em escolas regionais, sobretudo no Nordeste e Sudeste do país. Contudo a primeira manifestação de traços barrocos, se bem que misturado ao estilo gótico e românico, pode ser encontrada na arte missionária dos Sete Povos das Missões na região da Bacia do Prata. Ali se desenvolveu, durante um século e meio, um processo de síntese artística pelas mãos dos índios guaranis com base em modelos europeus ensinados pelos padres missionários. As construções desses povos foram quase totalmente destruídas. As ruínas mais importantes são as da missão de São Miguel, no Estado do Rio Grande do Sul.
As primeiras manifestações do espírito barroco no resto do país estão presentes em fachadas e frontões, mas principalmente na decoração de algumas igrejas, também em meados do século XVII. A talha barroca dourada em ouro, de estilo português, espalha-se pela Igreja e Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, construída entre 1633 e 1691. Os motivos folheares, a multidão de anjinhos e pássaros, a figura dinâmica da Virgem no retábulo-mor, projetam um ambiente barroco no interior de uma arquitetura clássica. A vegetação barroca é introduzida na Bahia no fim do séc. XVII na decoração, por exemplo, da antiga Igreja dos Jesuítas, atual Igreja Catedral Basílica, cuja construção da capela-mor, com seus cachos de uva, pássaros, flores tropicais e anjos-meninos, data de 1665-1670. No Recife destaca-se a chamada Capela Dourada ou Capela dos Noviços da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, idealizada no apogeu econômico de Pernambuco, em 1696, e finalizada em 1724.
Entre os anos de 1700 e 1730 uma vegetação de pedra esculpida tende a se espalhar nas fachadas, como imitação dos retábulos, seguindo a lógica da ornamentação barroca. Em 1703 o dinamismo conquista o exterior pela primeira vez de forma ostensiva na fachada em estilo plateresco da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, em Salvador. No entanto, vale notar que tal exuberância representa uma exceção no barroco brasileiro, pois mesmo em seu período áureo as igrejas barrocas nacionais, tal como as portuguesas, são marcadas por um contraste entre a relativa simplicidade de seus exteriores e as ricas decorações interiores, simbolizando dessa forma a virtude do recolhimento, requisito necessário à alma cristã. Esses primeiros 30 anos marcam a difusão no Brasil do estilo "nacional português", sem grandes variações nas diversas regiões .
Surge então um novo ciclo de desenvolvimento do barroco entre meados de 1730 e 1760, com predominância do estilo português "joanino", cuja origem remonta ao barroco romano. Há uma significativa barroquização da arquitetura com a construção de naves poligonais e plantas em elipses entrelaçadas. Destaca-se no período, com ressonâncias posteriores, a atuação dos artistas portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito.
Nota-se que, em meados do século XVIII, a perda da força econômica e política inicia um período de certa estagnação no Nordeste, com exceção de Pernambuco, que conhece o estilo rococó na segunda metade do século. O foco volta-se para o Rio de Janeiro, transformada em capital da colônia em 1763, e a região de Minas Gerais, desenvolvida à custa da descoberta de minas de ouro (1695) e diamante (ca.1730). Não por acaso, dois dos maiores artistas barrocos brasileiros trabalham exatamente nesse período: Mestre Valentim (ca.1745-1813), no Rio de Janeiro, e o Aleijadinho, em Ouro Preto e adjacências.
É na suavidade do estilo rococó mineiro (a partir de 1760) que se encontra a expressão mais original do barroco brasileiro. A extrema religiosidade popular, sob o patrocínio exclusivo das associações laicas, se expressa em um espírito contido e elegante, gerando templos harmônicos e dinâmicos de arquitetura em planos circulares, com graciosa decoração em pedra-sabão. As construções monumentais são definitivamente substituídas por templos intimistas de dimensões singelas e decoração requintada, mais apropriados à espiritualidade e às condições materiais do povo da região.
Um dos exemplos mais bem-acabados desse estilo pode ser contemplado na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência (1767), cujo risco, frontispício, retábulos laterais e do altar-mor, púlpitos e lavabo são de autoria de Aleijadinho. A pintura ilusionista do teto da nave (1802) é de um dos mais talentosos pintores barrocos, Manoel da Costa Athaide (1762-1830). Destaca-se ainda a parceria dos dois artistas nas esculturas de madeira policromada (1796-1799) representando os Passos da Paixão de Cristo para o Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos, em Congonhas do Campo. No adro desse santuário, Aleijadinho deixa o testemunho mais eloqüente de seu talento artístico: seus 12 Profetas de pedra-sabão (1800-1805).
No Rio de Janeiro a presença lusitana se faz sentir mais fortemente. Distingue-se das outras cidades pela tendência à sobriedade neoclássica, reforçada pelas influências no Brasil da reforma pombalina. Na arte civil (por exemplo: Passeio Público, de 1779-1785 eChafariz da Pirâmide, de 1789) e sacra de Mestre Valentim o perfeito equilíbrio entre os postulados racionais do classicismo, a dinâmica e grandiloqüência do barroco e um certo sentido de preciosismo e delicadeza da estética rococó, sintetiza brilhantemente o espírito da arte carioca da segunda metade do século XVIII.


Atualizado em 30/06/2011


Fonte: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=63&lst_palavras=&cd_idioma=28555&cd_item=8

4- ROCOCÓ  


Definição
Principal estilo de época do século XVIII europeu, o rococó se desenvolve como uma sutilização à complexidade formal e aos excessos do barroco, apelando para a leveza, graça e para os coloridos suaves. O termo tem origem na palavra francesa rocaille[rocalha] - tipo comum de decoração de jardins do século XVIII, com conchas e rochas - que se populariza por analogia ao termo italiano barocco. Os alemães se antecipam ao empregar o termo em sua acepção moderna de estilo artístico referido à arquitetura e artes ornamentais na segunda metade do século XIX, libertando-o assim do sentido pejorativo que o acompanha, desde a origem até o século XIX. Mas será apenas em 1943, com a obra clássica do historiador Fiske Kimball sobre o assunto, The Creation of the Rococo, que se fixam as origens do estilo na França em meados do século XVIII. A partir de então, o rococó deixa de ser visto como uma variante do barroco, passando a ser considerado um estilo autônomo, irredutível ao barroco e ao clássico.
Os historiadores da arte distinguem dois momentos do rococó. Um que vai de 1690 a 1730, o "estilo regência", marcado pelo rompimento com a rigidez arquitetônica do estilo Luís XIV, com a introdução de curvas flexíveis e de linhas mais soltas. Datam desse momento, as decorações de Pierre Lepautre (1660 - 1744), as gravuras e relevos de Jean Bérain a pintura de Jean-Antoine Watteau (1684 - 1721), pintor mais importante do período que imortaliza "as festas galantes" (por exemplo, Peregrinação à Ilha de Cítera, apresentada à Academia em 1717), gênero maior da pintura rococó. Os anos compreendidos entre 1730 e 1770 marcariam o rococó propriamente dito com a projeção de uma nova leva de artistas - Juste Aurèle Meissonnier (1695 - 1750), Nicolas Pineau (1684 - 1754), Jacques de Lajoue II (1687 - 1761), - que trabalham na remodelação das residências urbanas da nobreza e alta burguesia parisiense (os chamados hôtels), dotando-as de maior funcionalidade e conforto. Nesse sentido é que o estilo se desenvolve ligado à ornamentação de interiores, preferencialmente articulado às artes decorativas e ornamentais, boa parte delas consideradas menores, como o mobiliário, a tapeçaria, a porcelana e a ourivesaria. Um exemplo característico do estilo na França pode ser encontrado no Salão Oval da Princesa do Hôtel Soubise de Paris (1738-1740). Na pintura, os nomes mais importantes dessa fase são François Boucher (1703 - 1770), Jean-Honoré Fragonard (1732 - 1806), Jean-Baptiste Pater (1695 - 1736) e Jean-Marc Nattier (1685 - 1766). Na escultura, Etienne Maurice Falconet (1716 - 1791) é considerado a expressão mais relevante do rococó, como atesta sua célebre Banhista, 1757, e a estátua eqüestre dePedro, o Grande, em Leningrado, atual São Petersburgo.
Os traços mais salientes do estilo rococó relacionam-se ao uso das rocailles, que se combinam aos arabescos com linhas curvas em "c" ou "s". As composições realizadas com extrema liberdade e fantasia mesclam a sinuosidade das linhas com motivos tirados da natureza: pássaros e pequenos animais, plantas e flores delicadas, formações rochosas, águas em cascata ou brotando do solo. Na arquitetura, sobretudo nos interiores, predominam os traçados sinuosos, as cores claras, o uso da luz (pelas "janelas francesas" que descem ao chão) e dos espelhos. O luxo da decoração interna tem o seu contraponto na simplicidade das fachadas externas dos edifícios. Ao redor de 1760, assistimos à retomada das tendências e repertórios clássicos, nas pilastras, medalhões e troféus que tomam conta das decorações. Enraizado culturalmente no século XVIII, o rococó liga-se à sociabilidade elegante do período, às modas e maneiras cotidianas que têm nos salões literários e artísticos expressão significativa. A polidez e a performance social que os salões evidenciam vêm acompanhadas da importância do luxo e refinamento (do espírito e do corpo). As artes, nesse contexto, ligam-se diretamente ao prazer e ao divertimento o que leva os estudiosos a falarem em um fundo hedonista presente nas mais diversas manifestações do rococó.
A vivacidade e alegria da vida cotidiana, além da frivolidade elegante da sociabilidade cortesã francesa, rondam também a pintura rococó, como exemplificam as telas de Boucher e de Fragonard, seu aluno. Em Boucher, os temas mitológicos associam-se às cenas galantes, como na famosa Menina reclinada, 1751. As cores delicadas e o erotismo do mestre encontram ressonância no trabalho de Fragonard - O Balanço , 1766, que explora também as paisagens e a pintura histórica. Nattier, principal retratista do período, retoma, em clave um pouco distinta, a associação entre vida cortesã e temas mitológicos, por exemplo em Mme. De Lamberc como Minerva, 1737. Watteau, pioneiro no interesse pelas festas campestres e pelas cenas teatrais, imprime à pintura da época não apenas um repertório novo, como também um método particular, que consiste em justapor pequenas manchas de tinta sobre a tela, no que será seguido por Pater.
O estilo rococó se internacionaliza rapidamente pela Europa Central, mas também pela Espanha e Portugal, adaptando-se a contextos muito diversos. Chama a atenção nesse processo a sua penetração na arte religiosa, contrariando uma origem ligada à nobreza e à vida mundana. A arquitetura religiosa rococó, de fraco desenvolvimento na França, vai conhecer expressão maior seja na região da Baviera, seja na zona portuguesa do Minho e logo depois no Brasil. Nessas regiões, o estilo sofre as influências do barroco italiano e das tradições autóctones, adquirindo feições originais. No caso do Brasil, especificamente, observa-se a forte penetração do rococó na arquitetura religiosa desde meados do século XVIII no Rio de Janeiro, em diversas cidades mineiras (Ouro Preto, São João Del Rey, Congonhas do Campo etc.), em Pernambuco, Paraíba e Belém.


Atualizado em 24/10/2007
Fonte: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=65&lst_palavras=&cd_idioma=28555&cd_item=8

5- NEOCLÁSSICismo

Definição
Movimento cultural europeu, do século XVIII e parte do século XIX, que defende a retomada da arte antiga, especialmente greco-romana, considerada modelo de equilíbrio, clareza e proporção. O movimento, de grande expressão na escultura, pintura e arquitetura, recusa a arte imediatamente anterior - o barroco e o rococó, associada ao excesso, à desmedida e aos detalhes ornamentais. À sinuosidade dos estilos anteriores, o neoclassicismo opõe a definição e o rigor formal. Contra uma concepção de arte de atmosfera romântica, apoiada na imaginação e no virtuosismo individual, os neoclássicos defendem a supremacia da técnica e a necessidade do projeto - leia-se desenho - a comandar a execução da obra, seja a tela ou o edifício. A isso liga-se a defesa do ensino da arte por meio de regras comunicáveis, o que se efetiva nas academias de arte, valorizadas como locus da formação do artista. O entusiasmo pela arte antiga, a recuperação do espírito heróico e dos padrões decorativos da Grécia e Roma se beneficiam da pesquisa arqueológica (das descobertas das cidades de Herculano em 1738 e Pompéia em 1748) e da obra dos alemães radicados na Itália, o pintor Anton Raphael Mengs (1728 - 1779) e o historiador da arte e arqueólogo Joachim Johann Winckelmann (1717 - 1768), principal teórico do neoclassicismo. A edição em 1758 de Ruínas dos Mais Belos Monumentos da Grécia, de J.-D. Le Roy e de A Antigüidade de Atenas (1762), dos ingleses James Stuart e Nicholas Revett, evidenciam a intensidade da retomada greco-romana.
A escultura neoclássica tem em Roma o seu centro irradiador, nas versões de Antonio Canova (1757 - 1822), Bertel Thorvaldsen (1770 - 1844) e John Flaxman (1755 - 1826).Teseu e o Minotauro (1781 - 1783) é considerada a primeira grande obra de Canova, seguida pela sepultura do papa Clemente XIV, na Igreja dos Santos Apóstolos (1783 - 1787). Ainda que amparada em modelos semelhantes, a escultura de Thorvaldsen é vista como oposta a de Canova pelo acento no volume em detrimento do movimento e luz. A fama internacional de Flaxman advém das gravuras para a Ilíada e a Odisséia (1793). Na pintura, o epicentro do neoclassicismo desloca-se para a França. Ali, diante da Revolução Francesa, o modelo clássico adquire sentido ético e moral, associando-se a alterações na visão do mundo social, flagrantes na vida cotidiana, na simplificação dos padrões decorativos e na forma despojada dos trajes. A busca de um ideal estético da Antigüidade vem acompanhada da retomada de ideais de justiça e civismo, como mostram as telas do pintor Jacques-Louis David (1748 - 1825), que exercita seu estilo a partir de suas estadas na Itália em 1774 e 1784 e do exemplo dos pintores franceses de Nicolas Poussin (1594 - 1665) e Claude Lorrain (1600-1682). A dicção austera das composições de David - ao mesmo tempo simples e grandiloqüentes - despidas de ornamentos e detalhes irrelevantes, nas quais as cores são circunscritas pelos traços firmes do contorno, tornar-se-á sua marca caraterística. O Juramento dos Horácios (1784) e A Morte de Socrátes(1787) são exemplos nítidos da gramática neoclássica empregada pelo pintor francês, em que convivem o equilíbrio e precisão das formas. Pintor da Revolução Francesa (A Morte de Marat, 1793), David foi também defensor de Napoleão (Coroação de Napoleão, 1805-1807). Nos dois momentos, a França encena os modelos da Roma Republicana e da Roma Imperial, tanto na arte quanto na vida social, pela recusa do estilo aristocrático anterior.
A Revolução Francesa, a proeminência da burguesia e o início da Revolução Industrial na Inglaterra modificam radicalmente a posição do artista na sociedade. A arte passa a responder a necessidades sociais e econômicas. A construção de edifícios públicos - escolas, hospitais, museus, mercados, cárceres etc. - e as intervenções no traçado das cidades evidenciam a exigência de racionalidade que a arquitetura e a urbanística, nova ciência da cidade, almejam. A defesa da racionalização dos espaços é anunciada por arquitetos como Étienne-Louis Boullée (1728 - 1799) e Claude-Nicolas Ledoux (1736 - 1806), que traduzem os anseios napoleônicos de transformar arquiteturas e estruturas sociais, com ênfase na função das edificações. Tal ideário origina, paradoxalmente, projetos e construções "visionárias", como os edifícios em forma de esfera (Casa dos Guardas Campestres, 1780, de Ledoux). Após a revolução, a arquitetura neoclássica teve papel destacado na formação do estilo burguês imperial, presente, entre outros, na Rua de Rivoli e no Arc du Carrousel em Paris.
Reverberações do neoclassicismo se observam em toda a Europa. Todas as nações e cidades, afirma o historiador italiano Giulio Carlo Argan, têm uma fase neoclássica, relacionada à vontade de reformas e de planejamento racional correspondentes às transformações sociais em curso. As dificuldades de aclimatação do modelo neoclássico no Brasil vêm sendo apontadas pelos estudiosos, por meio de análises das obras deNicolas Taunay (1755 - 1830) e Debret (1768 - 1848), entre outros. Na arquitetura, a antiga Alfândega, hoje Casa França-Brasil, e o Solar Grandjean de Montigny, atualmente pertencente à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ, constituem exemplos de construção neoclássica no país.


Atualizado em 21/02/2008


Fonte: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=361&lst_palavras=&cd_idioma=28555&cd_item=8




LINGUAGEM VISUAL


ESPAÇO POSITIVO E ESPAÇO NEGATIVO



Espaços negativos e positivos.
Basicamente consiste numa técnica, na qual desenhamos nos abstraindo da identificação especifica do objecto que estamos a desenhar e passamos só a observa-lo como um bloco mais os seus espaços circundantes.
Com isto conseguimos desenhar com mais precisão.
Termos:
Espaço positivo: No desenho o espaço positivo é aquele espaço que ocupa o objeto








Espaço negativo: E o espaço a volta do objeto




O espaço negativo é empregado como um método de enganar o cérebro para enxergar formas com clareza. O desenho negativo é um método consciente de trabalho que isola e protege áreas do papel. Essas áreas podem conter elementos que serão completados mais tarde; áreas menores, onde a intenção é preservar destaques ou formas brancas contra um fundo mais escuro.